terça-feira, outubro 24, 2006

O Peso do Silêncio

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Virginie Madeira, luso-descendente residente em França, inventou aos 14 anos que o próprio pai tinha abusado sexualmente dela, e este foi condenado a 12 anos de prisão.

Agora com 21 anos, confessou a mentira num livro que escreveu, após ser confirmada pelo Instituto de Medicina Legal, pois, era virgem.

O pai, após 6 anos de prisão, já perdoou a filha, mas fica uma enorme pergunta no ar: a ser verdade, qual é o papel do tribunal, do juiz, dos técnicos que teriam que ter confirmado a violação, da lei e da justiça francesa?! Todos conderam injustamente! Qual vai ser agora a pena deste juiz?! Não será também um crime condenar uma pessoa inocente?!

Será que houve avaliação psicológica? Será que o silêncio desta jovem no tribunal, que levou o juiz a condenar injustamente o seu pai, conduziria ao mesmo resultado se interpretado por um psicólogo experiente?

Pois, em psicologia, aquilo que não se diz é tão importante como aquilo que se diz!

sexta-feira, outubro 20, 2006

Aborto Legalizado

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A Assembleia da Republica aprovou a realização de um novo referendo sobre o aborto, que aguarda agora a marcação da data pelo Presidente da Republica.

Terão que votar mais de 50% dos portugueses para o resultado do mesmo ser vinculativo, quer seja vencedor o Sim ou o Não à despenalização. No entanto, tudo indica que, ainda que o Não vença este referendo, o Governo legislará posteriormente a favor da despenalização, tal é a acção das forças que a promovem.

O referendo é desta forma apenas uma possibilidade de legitimar uma legislação que acabará por acontecer, e principalmente um desperdício do erário público, de tempo e de energias que poderiam ser utilizadas de forma mais positiva no desenvolvimento do país.

No entanto poderá, isso sim, ajudar a que o assunto seja debatido de forma a que as mulheres que engravidam sem querer - e os homens, que as engravidam também sem querer - comecem a pensar na importância da prevenção da gravidez, num melhor planeamento familiar, relacional e sexual, e que ganhem mais auto-domínio para responderem de forma menos instintiva e irresponsável aos desejos sexuais próprios e dos outros.

Pois se se assume que nenhuma mulher faz um aborto porque quer, também nenhuma dessas mulheres engravidou porque quis, e a contracepção é uma possibilidade acessível a todos desde que sejam responsáveis, e esclarecidos e apoiados, quer pelos pares, quer pelo estado.

O dinheiro que se vai utilizar na realização do referendo seria muito mais bem utilizado na prevenção, esclarecimento e ajuda das classes mais desprotegidas, que, afinal, é para elas que a despenalização é importante.

sexta-feira, outubro 13, 2006

Um contra Todos

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Este é o pior dos motivos porque um post pode ser escrito.

Mas não podia passar indiferente esta manifestação da população portuguesa, pela sua dimensão, mas principalmente porque entre os manifestantes se encontrava a mobilização do Sindicato Nacional dos Psicólogos, e o significado que daí advém.

Curiosamente no mesmo dia, o governo reitera a sua decisão, indiferente às manifestações, e no dia seguinte, para cúmulo, o Ministro da Economia declara o fim da crise em Portugal!...

Resta-nos ter a esperança de que um ministro pode ter mais razão que milhares de manifestantes!


terça-feira, outubro 10, 2006

Dia Mundial da Saúde Mental

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A propósito do dia que hoje se comemora, nada mais adequado do que citar a - pequena mas cheia de conteúdo - notícia publicada no Jornal de Notícias, sobre o assunto:

"Cerca de um milhão de pessoas suicidam-se todos os anos, mas, para o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, o número de mortes poderia diminuir se houvesse mais acesso a medicação e a pessoal qualificado.

No âmbito do Dia da Saúde Mental, que hoje se comemora sob o tema "O suicídio", Annan revelou que "a dimensão real deste problema de saúde pública e de tragédia humana causa e afecta, no total, dez milhões de pessoas", se ao número de suicídios for acrescentado o número de tentativas.

Kofi Annan acrescenta que "a ignorância sobre os distúrbios mentais e os comportamentos suicidas, bem como pelos estigmas a eles associados" impedem o tratamento da doença e que, apesar de existirem "maneiras eficientes e pouco dispendiosas" para o fazer, nem todos os que precisam têm acesso a elas.

Segundo dados do Alto Comissariado para a Saúde, em 2003, Portugal apresentava 7,6 suicídios por cada cem mil habitantes e, de acordo com a Sociedade Portuguesa de Suicidologia (SPS), o afastamento dos amigos e da família, a depressão, a perda de auto-estima, e o isolamento são sinais de alarme para a doença.

Ainda para a SPS, o suicida português é homem, vive na Grande Lisboa, Alentejo ou Algarve, tem mais de 50 anos, é desempregado ou reformado, separado, divorciado ou viúvo, socialmente isolado, sem prática s religiosas, deprimido e com múltiplos problemas afectivos."

quinta-feira, outubro 05, 2006

Violência Doméstica

Em destaque na edição de terça-feira no Jornal de Notícias encontrava-se um estudo que referia que cinco mulheres por mês são mortas pelos maridos ou companheiros.

Logo, são cinco homens condenados por um dos piores crimes! São dez famílias relacionadas com histórias lamentáveis de crime (pais e familiares da vitima e do agressor)! São muitas crianças e adolescentes que passam a ter a mãe no cemitério e o pai na cadeia! São muitas pessoas que perdem os filhos, os amigos, os vizinhos e os colegas de trabalho!

E porquê?! Porque as pessoas já não se respeitam, não são tolerantes, não admitem os erros dos outros, não tentam compreender-se e ajudar-se mutuamente, e já não se perdoam uns aos outros!

Todos querem ser mais fortes e ter mais poder que os outros, e depois acabam apenas a servir de mote para estes destaques!

Já que a nossa natureza facilita estes momentos de descontrole comportamental, não seria bom pensarmos em estratégias para nos auto-dominarmos em momentos mais conflituosos?!