quarta-feira, dezembro 26, 2007

Natal: Tempo de Saudade

O Menino Jesus, o Presépio e a Missa do Galo foram substituídos pelo Pai Natal, pela árvore e pelos presentes. Aqueles que antigamente viviam o Natal religioso – católico; português – como o tempo mágico das suas vidas, vivem-no agora como a melhor recordação da infância. E não raras vezes criticam o Natal actual, composto pelos excessos do consumismo, onde os valores da partilha, da amizade e da paz em família, foram substituídos por diversos tipos de objectos, que se vão trocando, uns mais inúteis e outros mais sofisticados.

Para as crianças de antigamente, receber um presente no Natal era algo especial, ainda que por vezes esse presente não fosse um brinquedo. Mas actualmente não passa pela cabeça de uma criança passar um Natal sem receber brinquedos de um Pai Natal, venha ele de onde vier.

Daqui por algumas dezenas de anos talvez o Pai Natal já não exista, e outras formas serão encontradas para substituir o Natal que agora temos e que é totalmente diferente daquele que tivemos há dezenas de anos atrás.

O Natal é para as crianças, porque é a magia dele que as faz sonhar. Tanto que depois recordam o seu Natal de criança, como o melhor Natal. Mas essa magia é proporcionada pelos adultos. E os adultos de hoje constroem para as crianças o Natal que eles querem. Aqueles que criticam a troca do Menino Jesus pelo Pai Natal são os mesmos que dele se vestem, tal como oferecem as playstations quando criticam o consumismo.

Os tempos mudam e é preciso saber acompanhar essa mudança. O Natal de antes não era melhor nem pior do actual, simplesmente era diferente, porque os tempos eram outros. Mudam os tempos mas não mudam as pessoas. O Natal de antigamente era o melhor para os agora mais velhos, porque nesse tempo eles eram crianças. Daqui a dezenas de anos, o Natal actual vai ser o melhor para as crianças de hoje.

Porque as crianças são sempre iguais, na sua pureza, na sua inocência, na sua candura, e ao acreditarem no impossível, proporcionam aos adultos a construção desta magia do Natal. Agora, como há sessenta anos, como há dois mil, como no futuro, como sempre… enquanto houver crianças.

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