Esquecer e ser esquecido!

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Por todo o mundo médico-cientifico se comemora nestes dias o centenário da descoberta da doença de Alzheimer - também conhecida por doença do esquecimento - encontrando-se ainda envolta em muito mistério, ou muito por descobrir.

Esta pode ser uma doença fruto da evolução civilizacional e das consequências que tem a civilização e o mundo moderno nas camadas populacionais mais idosas.

Não foi um facto estudado, mas, num encontro científico recente, sobre o tema, realizado nos Estados Unidos, uma característica apresentou-se comum em todos os casos de doença de Alzheimer apresentados, e que era: todas as pessoas que sofriam de Alzheimer tinham passado por uma perda significativa da sua vida!

É natural as pessoas sofrerem perdas com o avançar da idade, mas no passado, no mundo ainda não "civilizado" os idosos não perdiam o emprego (entrada na reforma), não perdiam os laços familiares (viviam os últimos dias e morriam na mesma casa onde viviam os filhos, netos e bisnetos) e não perdiam muitas outras referências que constituiram a sua vida, que agora perdem, com as instituicionalizações (lares, residências, centros de dia, hospitais...).

O que poderá recordar uma pessoa que passou a viver com novas caras, novas paisagens ou novas paredes!...

Diz claramente o adágio " quem não aparece, esquece!" - como pode um idoso recordar um filho se nunca o vê!