terça-feira, setembro 26, 2006

Uma questão de Identidade

Com o objectivo de criar discussão (e aqui está ela!), a segunda edição do semanário Sol publica uma sondagem onde conclui que mais de um quarto dos portugueses preferiam ser espanhóis.

Ora, estas sondagens não se deviam realizar! Porque, para além de poderem estimular ideologias anti-nacionalistas (e refira-se que esta prática não é permitida), também não fazem sentido, atendendo a que essa possibilidade não pode ocorrer.

Seria o mesmo que sondar se um partido vai vencer umas eleições quando esse partido não concorre às mesmas. É uma inutilidade.

Os portugueses são portugueses e ponto final. Mas deve ser salientado que aqueles que respondem que preferem ser espanhóis são pessoas que não conhecem o sentido da identidade individual. Uma pessoa é aquilo que é e isso abrange um leque muito grande de factores. Ser português não é o mesmo que ser espanhol! Como ser homem não é o mesmo que ser mulher, ou ser pai não é o mesmo que ser filho, ou ser de esquerda não é o mesmo que ser de direita!...

E repare-se que aqueles que preferiam que Portugal e Espanha fossem um só país (e nesse caso não seria Espanha - quando muito seria Ibéria – e logo tanto seriam os portugueses espanhóis como os espanhóis portugueses), esses portugueses indicaram em igual percentagem para capital Madrid e Lisboa! Por aqui se prova a falta de visão destes portugueses. Porque perante essa possibilidade imaginária, a capital nunca seria Lisboa.

É fácil encontrar estes resultados neste tipo de sondagens porque há sempre pessoas insatisfeitas com aquilo que são (que é pior do que a insatisfação com aquilo que têm), e só respondem assim porque queriam ter mais e não serem melhores. O erro está nas questões que são feitas e que não se deviam fazer! Porque não perguntaram antes aos portugueses se queriam ser suíços ou suecos ou alemães?! Seriam muito mais ricos do que se fossem espanhóis! E a percentagem então seria maior! Ou então, porque não lhes perguntaram se queriam ser o Bill Gates?! Ou deuses?!...

5 Comments:

Blogger SAM said...

Gostei do facto de ter analisado o tema, mas a pergunta não poderia ser outra pois a nossa realidade só se aproxima da realidade Espanhola (vizinhos economica e socialmente mais desenvolvida).

A questão é que demosntra uma insatisfação de grande sector da população portuguesa com o que tem e a pena de não poderem ter aquilo que mesmo aqui ao lado têm.

Nos últimos tempos estive com um pé em cada um dos países e, de facto, as diferenças se vão assentuando cada vez mais; e por isso a sondagem foi oportuna na medida em que é levada a cabo no momento em que o P.R. se dirigia a Espanha.

A capital em nada importaria (concordo que nesse mundo hipotético seria Madrid), uma vez que haveria uma autonomia quase-federalista na Região Autónoma de Portugal.

A questão para mim não é se a pergunta era boa ou não, mas a necessidade de uma 2ª pergunta: "porquê?".

Aí sim, compreenderíamos e seríamos capazes de julgar cada uma das respostas. Caso contrário, fico apenas com o comentário jornalista da TVE que disse, no sábado: "também a análise contrária é real: cerca de 75% dos portugueses não querem ser espanhóis".

Até não haver "porquê?", fico com isso!

23:39  
Blogger Cris said...

Olá psi,

eu apenas te digo que, apesar de bastante descontente com a nossa política actual, não trocaria este cantinho lindo do mundo por nada!

Resignada? ... Não, nem um pouco, mas mudar não está apenas na mão de quem governa... e sim também na de quem é governado...

Ainda acredito que este país pode florir de novo!

Um beijinho

01:24  
Anonymous Anónimo said...

Oxalá que sim!!!

16:00  
Blogger Patricia said...

Eu nunca preferiria ser espanhola, nem francesa, nem americana. Sou portuguesa e tenho bastante orgulho nisso. Mas reconheço a qualidade de vida que têm nos outros países.

15:31  
Anonymous Anónimo said...

O mais importante não é o que o governo faz ou deixa de fazer, mas sim é o que os cidadãos portugueses fazem na sua vida diária, na sua solidariedade com os seus compatriotas, no observar e respeitar as suas leis, na preocupação pela sua saúde moral, pelo seu meio-ambiente.
O povo português deve aprender a ser menos arrogante e se respeitar mais, a gostar mais da sua terra, se preocupar mais com ela de maneira produtiva, qualquer coisa do género de “vou ver o que eu como português posso fazer pelo meu país.”.

17:14  

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