Onde está a beleza interior?

A propósito da reportagem sobre as cirurgias plásticas editada na SIC no último domingo, gostaria de dizer o seguinte: é certo que as pessoas devem fazer tudo o que está ao seu alcance para ficarem mais bonitas; é certo que quando se sentem mais bonitas, as pessoas também se sentem melhor; é certo que a tecnologia médica permite fazer transformações até há pouco tempo impensáveis…

Mas, para além dessas intervenções terem custos, às vezes elevados, e não estarem ao alcance de todos, e de haver até pessoas que deixam outras necessidades para segundo plano, dando prioridade a este tipo de intervenções cirúrgicas, as mesmas levam-nos a pensar no que justifica tais atitudes e comportamentos…

E concluímos que a principal causa é a conservação da juventude através da beleza exterior.

A natureza faz as pessoas mais bonitas e atraentes durante a juventude (é quando o corpo se forma por completo) para que possam unir-se nomeadamente para a procriação. Depois outros valores tomam o lugar da atracção exterior, como o amor parental, a realização profissional, social, artística, etc.

Como a sociedade moderna alterou o funcionamento da natureza, tem também que se adaptar a essa alteração. Agora os filhos nascem mais tarde, a família é monoparental, a realização pessoal chega muito tarde, ou procura-se sempre, pois as pessoas têm de ser sempre bonitas e bem sucedidas a todos os níveis!...

Só que esquecem-se de que estão numa luta que nunca vencerão, e que o bem-estar tem de ser procurado noutros valores, mais profundos e mais sérios, e que nunca estarão nos meros aspectos exteriores.

Os peitos caídos de uma mulher que deu filhos são sempre mais bonitos do que os peitos firmes de uma mulher que nunca filhos deles mamaram!