Como viver sem Natal!...
Na Inglaterra, algumas empresas decidiram não realizar festas de Natal para não ofender pessoas de outras religiões. Se a ideia se desenvolvesse, no limite, extinguia-se o Natal!... Alguém imagina o mundo sem o Pai Natal, sem os presentes, sem as decorações, sem as músicas, e mesmo sem o espírito de Natal?
Alguém imagina ir de viagem para um país árabe e ver os muçulmanos deixarem de orar em direcção a Meca, só porque com a sua oração "podiam" ofender os ocidentais?...
A Comissão Nacional de Eleições recomendou que no referendo ao aborto não se coloquem símbolos religiosos nos locais das mesas de voto, a pedido de uma autodenominada "Associação Républica e Laicidade", associação esta que pretendia mesmo a proibição de tais símbolos.
Tanto a Inglaterra como Portugal são países onde a população é predominantemente cristã. Logo, os não cristãos são minorias.
O que se pode pensar de países onde minorias começam a impor condições às maiorias? O que se pode pensar quando em países livres, e de direito, os cidadãos, que lhes deram o ser, começam a ser impedidos de manifestar aquilo em que acreditam?
7 Comments:
Existem aqui incontáveis questões. Vejamos se eu consigo ser claro.
O Pai Natal não é Meca. Em Meca está o centro duma religião e não o símbolo da Coca-Cola. Não orar em direcção à Meca pode ser comparado (se ofender os cristãos) com se proibir a missa do Galo (por ofender os muçulmanos): tal realidade é absurda, não obstante, a sua comparação válida.
Sobre as empresas: se são privadas fazem o que quiserem os seus directores e acionistas. E se optam pelo respeito, eu aplaudo.
Num sistema laico ou se comemora tudo ou não se comemora nada. Mas, atenção, falamos do domínio público e não do privado. Ninguém proibe a escolha religiosa privada, ninguém impede que se celebre o Natal em casa, ninguém fala em deixar-se de ser religioso por votar (sim ou não) no referido referendo.
A minoria não domina coisa alguma. Como membro de uma das minorias sei-o bem! O que se admoesta é o direito a um judeu não ser obrigado a ir a uma missa proferida pelo bispo da sua zona, aquando do natal. O que se defende é que o protestante possa ter uma cerimónia final de curso e não uma bênção de pastas por um membro da igreja católica. O que se quer é o direito à participação de todos nos actos. E se o facto de haver uma bênção, uma missa, ou qualquer outra actividade impede a uma ou outra pessoa da inclusão (cujo direito é inalienável)... tal acto deve ser revisto, repensado e, talvez até, alterado.
Último ponto. A maioria da população portuguesa é cristã, na medida em que é tradicionalmente cristã. Não é muito mais que isso! Ser cristão não é dizer que a Trindade é "José, Maria e o Menino Jesus" nem tampouco ir à igreja para rezar quando as coisas não correm bem... Ser cristão é muito mais que isso!
Por isso, acho natrual que algumas pessoas de bom senso confundam tradição com religião, e religiosidade com cultura nacional: o 25 de Abril é algo nacional, o Natal é algo religioso (se incluirmos o Pai Natal, até económico-capitalista).
Mas atenção, se algum leitor deste blog me convidar para a sua festa de Natal, topo! Nada como um bom perú na ceia de Natal :-D
Não sei porquê, suponho que essas empresas não aderiram às festividades de Natal mais por questões economicistas, o que acho bem. O resto não passa de desculpas. Afinal de contas quem tem de pagar os empolamentos é sempre o cliente. Faz lembrar os cartões de crédito onde as pessoas têm de pagar mais caro para os utilizar. Em cada 100 a pessoa que aceita o cartão de crédito recebe menos de 90 (salvo erro). Se o produto custa 90 ele tem de o por a 100 para aceitar o cartão de crédito. É que apesar de estarmos no Natal os milagres não abundam.
Fica bem.
Manuel
Sabe quem não consegue imaginar o mundo sem Natal?
Pois eu respondo. Quem vê o mundo tão pequeno e que nunca sai da sua toca, gente que nunca dá hipótese aos outros.
Quem não consegue imaginar o mundo sem Natal é a mesma pessoa que no outro ponto, por mais estranha que lhe pareça, deste mesmo mundo não consegue ver que os ocidentais caricaturam a imagem de Maomé e do Islão, a mesma pessoa que se revolta ao ouvir o discurso de Papá, as mesmas pessoas que tiraram todos os direitos da cidadania aos bahá’ís no mundo islâmico porque eles pensam diferente.
Agora me explica qual é a diferença entre você que não admite o mundo sem Natal com islâmicos que não admitem o mundo com Natal?
Não serão preconceituosos, fundamentalistas e dogmáticos tanto eles quanto gente que pensa como você?
Fala da maioria? Então a minoria não tem direitos?
Com este argumento você acabou com os “Direitos Humanos”, imagina se gente como você esteja no poder de qualquer país.
Deus que nós protege.
Só com exemplos negativos se imagina o mundo sem natal, com preconceitos, fundamentalismos e dogmatismos.
É certo que os ocidentais caricaturam a imagem (que não existe) de Maome e do Islão, mas também caricaturam a imagem de Cristo e do Papa. As respostas às caricaturas é que são diferentes quando vêm de pessoas livres ou de pessoas cujo pensamento não permite ir para além delas próprias.
Não admitir qualquer expressão - religiosoa ou não - dos outros é que é anti Direitos Humanos, mas quando essa não admissão parte de minorias para se impor a maiorias (naturalmente nunca vigorarão) aí as coisas são ainda mais graves, principalmente quando quem está no poder dá valor a essas minorias em detrimento das maiorias.
Feliz Natal
Qualquer imposição ao meu ver está errada seja por parte da minoria ou da maioria, não podemos obrigar os outros a gostar daquilo que nós gostamos, todo ser humano tem o direito de gostar ou não gostar, aceitar ou não aceitar e também comemorar ou não comemorar o Natal.
A questão é que fundamentalismo tem as suas formas de se manifestar e pensar que o mundo não pode ficar sem Natal é contestar a crença dos outros que nem se quer são cristãos só demonstra uma das suas formas.
Um Feliz Natal e mais moderação no Ano Novo
Mas já agora o que é mesmo o Natal???
Traduzido à letra, quer dizer nascimento!
Sem fazer considerações religiosas, e abastraindo do consumismo que infelizmente se generalizou nesta época, o Natal mais não é do que o celebrar do nascimento de alguém que, quer queiramos ou não mudou o mundo, espalhando uma doutrina de amor ao próximo, independentemente do credo, raça ou cor.
Acreditar ou não na sua existência enquanto Filho de Deus, torna-se irrelevante perante a magnitude da mensagem e exemplos que deixou!
Mas festejar o Natal não deixa de ser uma questão de opção! Se alguém se sente ofendido com tais festejos, não o faça, mas respeite quem o faz!
Dito isto, resta-me desejar a todos um Feliz Natal :)
Pois é. Devemos ser tolerantes com quem perfilha outras opções ou crenças, mas que isso não impeça que festejemos e exercitemos as nossas celebrações, comemorações ou festejos. Venho agradecer a sua visita ao meu blog e retribuir os votos de um Feliz Natal e um bom Ano de 2007.
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