quarta-feira, dezembro 13, 2006

Como viver sem Natal!...


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Na Inglaterra, algumas empresas decidiram não realizar festas de Natal para não ofender pessoas de outras religiões. Se a ideia se desenvolvesse, no limite, extinguia-se o Natal!... Alguém imagina o mundo sem o Pai Natal, sem os presentes, sem as decorações, sem as músicas, e mesmo sem o espírito de Natal?

Alguém imagina ir de viagem para um país árabe e ver os muçulmanos deixarem de orar em direcção a Meca, só porque com a sua oração "podiam" ofender os ocidentais?...

A Comissão Nacional de Eleições recomendou que no referendo ao aborto não se coloquem símbolos religiosos nos locais das mesas de voto, a pedido de uma autodenominada "Associação Républica e Laicidade", associação esta que pretendia mesmo a proibição de tais símbolos.

Tanto a Inglaterra como Portugal são países onde a população é predominantemente cristã. Logo, os não cristãos são minorias.

O que se pode pensar de países onde minorias começam a impor condições às maiorias? O que se pode pensar quando em países livres, e de direito, os cidadãos, que lhes deram o ser, começam a ser impedidos de manifestar aquilo em que acreditam?

7 Comments:

Blogger SAM said...

Existem aqui incontáveis questões. Vejamos se eu consigo ser claro.

O Pai Natal não é Meca. Em Meca está o centro duma religião e não o símbolo da Coca-Cola. Não orar em direcção à Meca pode ser comparado (se ofender os cristãos) com se proibir a missa do Galo (por ofender os muçulmanos): tal realidade é absurda, não obstante, a sua comparação válida.

Sobre as empresas: se são privadas fazem o que quiserem os seus directores e acionistas. E se optam pelo respeito, eu aplaudo.

Num sistema laico ou se comemora tudo ou não se comemora nada. Mas, atenção, falamos do domínio público e não do privado. Ninguém proibe a escolha religiosa privada, ninguém impede que se celebre o Natal em casa, ninguém fala em deixar-se de ser religioso por votar (sim ou não) no referido referendo.

A minoria não domina coisa alguma. Como membro de uma das minorias sei-o bem! O que se admoesta é o direito a um judeu não ser obrigado a ir a uma missa proferida pelo bispo da sua zona, aquando do natal. O que se defende é que o protestante possa ter uma cerimónia final de curso e não uma bênção de pastas por um membro da igreja católica. O que se quer é o direito à participação de todos nos actos. E se o facto de haver uma bênção, uma missa, ou qualquer outra actividade impede a uma ou outra pessoa da inclusão (cujo direito é inalienável)... tal acto deve ser revisto, repensado e, talvez até, alterado.

Último ponto. A maioria da população portuguesa é cristã, na medida em que é tradicionalmente cristã. Não é muito mais que isso! Ser cristão não é dizer que a Trindade é "José, Maria e o Menino Jesus" nem tampouco ir à igreja para rezar quando as coisas não correm bem... Ser cristão é muito mais que isso!

Por isso, acho natrual que algumas pessoas de bom senso confundam tradição com religião, e religiosidade com cultura nacional: o 25 de Abril é algo nacional, o Natal é algo religioso (se incluirmos o Pai Natal, até económico-capitalista).

Mas atenção, se algum leitor deste blog me convidar para a sua festa de Natal, topo! Nada como um bom perú na ceia de Natal :-D

23:15  
Blogger DE-PROPOSITO said...

Não sei porquê, suponho que essas empresas não aderiram às festividades de Natal mais por questões economicistas, o que acho bem. O resto não passa de desculpas. Afinal de contas quem tem de pagar os empolamentos é sempre o cliente. Faz lembrar os cartões de crédito onde as pessoas têm de pagar mais caro para os utilizar. Em cada 100 a pessoa que aceita o cartão de crédito recebe menos de 90 (salvo erro). Se o produto custa 90 ele tem de o por a 100 para aceitar o cartão de crédito. É que apesar de estarmos no Natal os milagres não abundam.
Fica bem.
Manuel

19:13  
Anonymous Anónimo said...

Sabe quem não consegue imaginar o mundo sem Natal?
Pois eu respondo. Quem vê o mundo tão pequeno e que nunca sai da sua toca, gente que nunca dá hipótese aos outros.
Quem não consegue imaginar o mundo sem Natal é a mesma pessoa que no outro ponto, por mais estranha que lhe pareça, deste mesmo mundo não consegue ver que os ocidentais caricaturam a imagem de Maomé e do Islão, a mesma pessoa que se revolta ao ouvir o discurso de Papá, as mesmas pessoas que tiraram todos os direitos da cidadania aos bahá’ís no mundo islâmico porque eles pensam diferente.
Agora me explica qual é a diferença entre você que não admite o mundo sem Natal com islâmicos que não admitem o mundo com Natal?
Não serão preconceituosos, fundamentalistas e dogmáticos tanto eles quanto gente que pensa como você?
Fala da maioria? Então a minoria não tem direitos?
Com este argumento você acabou com os “Direitos Humanos”, imagina se gente como você esteja no poder de qualquer país.
Deus que nós protege.

10:59  
Anonymous Anónimo said...

Só com exemplos negativos se imagina o mundo sem natal, com preconceitos, fundamentalismos e dogmatismos.
É certo que os ocidentais caricaturam a imagem (que não existe) de Maome e do Islão, mas também caricaturam a imagem de Cristo e do Papa. As respostas às caricaturas é que são diferentes quando vêm de pessoas livres ou de pessoas cujo pensamento não permite ir para além delas próprias.
Não admitir qualquer expressão - religiosoa ou não - dos outros é que é anti Direitos Humanos, mas quando essa não admissão parte de minorias para se impor a maiorias (naturalmente nunca vigorarão) aí as coisas são ainda mais graves, principalmente quando quem está no poder dá valor a essas minorias em detrimento das maiorias.
Feliz Natal

15:34  
Anonymous Anónimo said...

Qualquer imposição ao meu ver está errada seja por parte da minoria ou da maioria, não podemos obrigar os outros a gostar daquilo que nós gostamos, todo ser humano tem o direito de gostar ou não gostar, aceitar ou não aceitar e também comemorar ou não comemorar o Natal.
A questão é que fundamentalismo tem as suas formas de se manifestar e pensar que o mundo não pode ficar sem Natal é contestar a crença dos outros que nem se quer são cristãos só demonstra uma das suas formas.
Um Feliz Natal e mais moderação no Ano Novo
Mas já agora o que é mesmo o Natal???

22:00  
Blogger Lyra said...

Traduzido à letra, quer dizer nascimento!
Sem fazer considerações religiosas, e abastraindo do consumismo que infelizmente se generalizou nesta época, o Natal mais não é do que o celebrar do nascimento de alguém que, quer queiramos ou não mudou o mundo, espalhando uma doutrina de amor ao próximo, independentemente do credo, raça ou cor.
Acreditar ou não na sua existência enquanto Filho de Deus, torna-se irrelevante perante a magnitude da mensagem e exemplos que deixou!
Mas festejar o Natal não deixa de ser uma questão de opção! Se alguém se sente ofendido com tais festejos, não o faça, mas respeite quem o faz!
Dito isto, resta-me desejar a todos um Feliz Natal :)

09:41  
Blogger Nothingandall said...

Pois é. Devemos ser tolerantes com quem perfilha outras opções ou crenças, mas que isso não impeça que festejemos e exercitemos as nossas celebrações, comemorações ou festejos. Venho agradecer a sua visita ao meu blog e retribuir os votos de um Feliz Natal e um bom Ano de 2007.

10:13  

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