Ciência e Decência
A Revista Psicologia Actual, na sua última edição, publica uma nota breve sobre um estudo realizado e publicado no estrangeiro que conclui que ter relações sexuais antes de falar em público melhora a performance do discurso público.
Mais especificamente, essa melhoria só se alcança se a relação for constituída por penetração.
Por esta breve descrição podemos imaginar os investigadores a verificar como é o acto sexual de cada participante no estudo, assim como a sua intervenção pública posterior.
Mas os mais curioso seria imaginar qual o parceiro que permite a penetração para um estudo com estes objectivos!
É que se for alguém com quem já há um relacionamento afectivo, significa que o interventor tem alguém que o acompanha nos bastidores do discurso, o que por si lhe dará mais segurança para discursar – para além de haver à-vontade suficiente quer para penetrar em observação, quer para discursar em público.
Mas se não for, isto é, se o acto por si, com qualquer parceiro, libertar a tensão que permite a tal melhoria, facilmente podemos imaginar os bastidores dos congressos, parlamentos e outros auditórios, a integrarem espaços “privados” e quiçá “colaboradores” (leia-se prostitutos/as) para facilitarem a boa performance dos oradores.
Independentemente dos resultados que se pretendam obter e dos interesses dos autores dos estudos, há valores de ordem moral que têm que se sobrepor para que a ciência não caia no ridículo!
… Só porque rir faz bem!
Etiquetas: ciência, decência, estudo, orador, sexualidade
2 Comments:
É pena eu só ter visto este texto hoje, e a única pessoa que, provavelmente o irá ler, será o dono (ou dona) deste blog.
Mas, seja como for, a explicação é bastante simples: há libertação de oxitocina durante o acto sexual, hormona essa que permite que a pessoa se acalme (podendo, portanto fazer um melhor discurso público, o que, para muitos, é extremamente complexo pelo stresse que suscita)...
Acho que poderá ler algumas coisas do Stuart Brody e ver como e quais são as investigações por ele desenvolvidas.
A questão não é técnica/biológica, porque todos sabemos que o acto sexual relaxa. A questão é moral: Que sentido faz fazerem-se este tipo de estudos?!
No link exposto vão dois exemplos de "experts" que não concordam com a ideia!
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